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Transformando pneus velhos em obras de arte

Depois de comprovarem utilidade em pavimentação e taludes de estradas, os pneus usados agora viraram ecomobiliários e peças de decoração

Daniel Beato, 30 anos, designer de produtos, formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo, não tem a pretensão de “inventar a roda”, mas a destinação que está dando a centenas de pneus abandonados no ambiente é no mínimo curiosa, além de estilosa. Eles deixaram de ser depósito de água e berçário para as larvas do aedes egypte, mosquito transmissor da dengue e da febre amarela, para se transformar em peças úteis e decorativas. “Artista borrástico”, como se autodefine, ele produz, a partir dos pneus, bancos, poltronas, mesas, chaise long, kits de organização para escritório, vasos e chaveiros para brindes. E também atua como consultor de resíduos sólidos em empresas, que não sabem o que fazer com os materiais que iriam para o lixo.

Quem inspirou o designer a mudar de área, segundo ele, foi sua mãe, Maria Aparecida Beato, que pediu para ele dar um basta na montanha de pneus que guardava na garagem de sua casa. “Ela apenas acelerou o processo de cria­ção. Coloquei um pneu em cima do outro, um tampo de madeira e criei um banco. Em seguida, co­me­cei a fazer cadeiras, mesas, lixeiras, luminárias, brinquedos, balanços, camas”, recorda.
Beato confessa que já guardava os pneus pensando em utilizá-los em obras de arte. Quando era estudante, em 2001, desenvolveu uma pesquisa sobre designers da atualidade, e escolheu, na ocasião, os irmãos Campana, de São Paulo, que trabalhavam com o reaproveitamento de materiais. “Eles faziam sofá com corda, mesa com tampa de ralo, uma série de outros materiais agregados.
Eu observava que eles não empregavam um mesmo resíduo para desenvolver uma linha de produção. Comecei a ir atrás e pesquisar um tipo de resíduo que fosse fácil encontrar em qualquer lugar. Os pneus me levaram a desenvolver uma nova profissão, a de artista borrástico”, menciona. Dois anos mais tarde, o designer expunha suas peças nas feiras e eventos do Mercado Mundo Mix e Mercado Casa Mix. Elas não eram vendidas, mas utilizadas para expor roupas e bijuterias. “Em um dos eventos, um gerente da Goodyear do Brasil me sugeriu criar um projeto para contemplar os princípios da ecoeficiência, que buscam a utilização de recursos naturais de forma consciente e eficiente, procurando a melhor disposição do lixo que geramos.

A base é o princípio dos 3’Rs: redução do consumo, reutilização, quando não é possível reduzir, reciclagem, quando não é possível reutilizar ou reduzir. Hoje, trabalho com outros 2’Rs: reeducação por meio da conscientização ambiental e repensar a adequação dos resíduos”, diz.

Culpa dividida
Em 2004, a Goodyear fechou parceria com Beato para elaborar o projeto ambiental e social para reu­tilização dos seus pneus inservíveis, denominado “Arte em Pneus”. Dois anos mais tarde, o projeto foi legitimado numa Organização Não-Governamental. “Eu formei e patrocino a Ong como pessoa física. Estou em busca de apoiadores”, ressalta. A missão da Ong é conscientizar, reeducar e capacitar com ações sociais comunidades em desvantagem social. Seu objetivo é promover a reinserção social e educação ambiental. Ao mes­mo tempo, a idéia é retirar pneus do ambiente e colocar jovens e adolescentes em contato com a arte funcional, produzindo móveis emborrachados.

O “artista borrástico” destaca que muitas pessoas acreditam que não são responsáveis pela borracha que se acumula no ambiente, que, além de difícil decomposição, pode gerar problemas como contaminação do solo, do ar e a proliferação de epidemias. “Todas as pessoas do planeta têm culpa. Não adianta argumentar que não têm carro. A pessoa se alimenta, se veste, se locomove; o transporte faz parte do seu dia, de forma direta ou indireta.”

Segundo Beato, há uma solução para todos os tipos de resíduos. Se a indústria tivesse um artista plástico, “borrástico” ou “papelás­tico”, muitos dos problemas seriam resolvidos. “Toda indústria gera resíduo, em geral, no começo e no final da produção. Com o reaproveitamento ou reciclagem desse material, ela deixaria de gastar energia no reprocessamento. Na Arte em Pneus, essa matéria-prima é reprocessada com a energia humana, artesanal. Contemplamos a cidadania ativa e a geração de renda. Para nós, não há o defeito de fábrica, mas o co-produto, ou seja, ele deixa de ter uma finalidade para ter outra aplicação”, justifica.

Com patrocínio, Beato percorreu diversas cidades e Estados ensinando as pessoas a fazer dinheiro ou mobiliar suas casas com os pneus velhos. “Viajei para um quilombo remanescente na Bahia, para o Rio Grande do Sul, Ribeirão Preto (SP). Hoje, há um multiplicador replicando essa idéia. Já trabalhamos com portadores de deficiência, moças, idosos. Todos vêem na atividade uma possibilidade de mudar suas vidas”, expõe.

Desde o ano passado, ele é parceiro da ONG Cidade Escola Aprendiz, onde desenvolve oficinas e capacitações. “Formamos multiplicadores para futuramente ir para outras localidades. A ONG tem os bairros-escola. Nosso objetivo é que todo bairro tenha um multiplicador”, relata.

Funcionalidade
Os ecomobiliários de Beato são feitos com resíduos industriais e usados. A Goodyear do Brasil encaminha pneus que não passaram no controle de qualidade, os considerados inservíveis, e também fornece man­gueiras e correias. Além disso, a Ong dispõe de uma equipe de coordenadores e multiplicadores que coleta pneus usados em diversas regiões da cidade. “Trabalhamos também com madeiras de palete, com placas feitas com tubo de pasta de dentes triturado e prensado, banners, lycra e câmaras de pneu”, acrescenta. Uma pessoa com experiência e com todos os materiais à mão consegue fazer um banco em uma hora. “Claro que se considerarmos o tempo de produção, de limpeza, de confecção dos acessórios e arremates dos detalhes, o tempo empreendido é maior”, cita.

Quem associa pneu à poeira e sujeira, se surpreende com as criações do artista. A repórter fez um test drive em algumas peças. Nessa ocasião, vestida de branco, ela ficou surpresa por não sujar suas roupas. Além de confortáveis, duráveis e com estilo diferenciado, as peças têm aspecto limpo e novo. O material, antes de ir para a produção, passa por uma limpeza pesada que garante essa aparência. No dia-a-dia, a exemplo de qualquer mobiliário, a peça em­bor­rachada não está imune a pó. “Para a limpeza, basta uma escova, água e detergente. Lavou está novo!”, garante Beato. M.A.

Mais informações: (11) 9719-2722

Fonte da Informação:
http://www.kalunga.com.br/revista/revista_abr08_04.asp

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